No clima econômico de hoje e com o desemprego grassando adoidado, um monte de pessoas qualificadas e super-qualificadas estão competindo para a mesma posição.
E tem gente fazendo qualquer negócio, rebaixando salário etc.
Com isso, é cada vez mais difícil que você seja chamado para uma primeira entrevista e também reduz a probabilidade de conseguir permanecer no processo e participar de uma segunda ou terceira entrevista.
Assim, não é simplesmente importante, é vital que você esteja preparado para competir e que não cometa nenhum deslize nas poucas oportunidades que terá de participar de um processo de seleção!
Tudo é importante numa entrevista, desde o primeiro momento em que pessoas se cumprimentam.
Veja a seguir os cinco pontos básicos e como se comportar em cada uma dessas situações, para otimizar a probabilidade de sobreviver ao corte na primeira entrevista (recomendações que são válidas também para as demais, com os devidos ajustamentos).
1. Os 30 segundos fatais
Não somente em circunstâncias de entrevista, mas em todos os nossos primeiros relacionamentos com pessoas desconhecidas, os primeiros 30 segundos marcam uma impressão positiva ou negativa a respeito da pessoa, qualificando-a num protótipo mental que todos possuem, do tipo “gosto ou não gosto”, “simpática ou antipática”, “agradável ou desagradável”.
Quando se trata de relações sociais, a convivência pode mudar essa impressão.
No caso de uma entrevista de emprego, não há espaço para essa convivência de ideias e gostos que possa alterar a primeira impressão, pois o contexto e os assuntos não propiciam oportunidade para que isso ocorra.
Dessa forma, na entrevista de emprego a primeira impressão predispõe o entrevistador a uma de duas possíveis óticas:
- quais são as boas qualidades desse profissional que justificam a sua permanência no processo, ou
- quais os defeitos dessa pessoa que legitimem a decisão de não ser ele adequado para o cargo.
Entenda que essa não é uma reação consciente do entrevistador e ele, provavelmente, nem mesmo sabe explicar o porquê dessa sua atitude.
E essa primeira impressão é formada a partir de todos os fatores envolvidos no primeiro contato, desde a sua roupa e forma de trajar, a elegância e a combinação das cores, o aperto de mão, o olhar no olho, o sorriso confiante, o timbre de voz etc.
Você deve causar a impressão de ser sério, dinâmico, positivo, autoconfiante e, principalmente, autêntico.
É essencial ter em mãos um bloco de anotações e uma caneta, pois isso cria o ambiente de reunião de negócios e indica que você valoriza e considera importante tudo o que o entrevistador falará.
No que se refere ao trajar, os jovens cometem os maiores pecados. Eles se apresentam “bem vestidos” segundo o padrão da tribo a que pertencem, ou seja, com moletom amarrado na cintura, cobrindo a bunda. Ou com calça bag jeans, que o cavalo fica na altura do joelho, enorme e desbotada. E de tênis.
2. Perguntas que valorizam o profissional
As perguntas feitas durante a entrevista podem demolir ou engrandecer o profissional. Tudo depende de:
- Serem colocadas no momento certo. Não se deve interromper o entrevistador cortando o seu raciocínio ou o interrompendo no meio de um assunto.
- Devem impressionar o entrevistador pela oportunidade e importância que têm para esclarecer aspectos da função, das atribuições, dos desafios envolvidos, das experiências requeridas etc.
- Podem demonstrar que você é a pessoa certa para a função, pois suas perguntas demonstram compreensão das necessidades da empresa e adequação de seu perfil às mesmas.
- Nunca entre em assuntos conceituais a respeito de como estruturar o setor ou porquê de determinada distribuição de funções, nem se meta a descrever como as coisas eram feitas na empresa onde você trabalhou antes.
- Principalmente, não tente estabelecer um laço de afinidade com o entrevistador fazendo algum comentário sobre algo que ele possua no escritório, como o símbolo de um time, a flâmula de um clube etc. Você está numa reunião de negócios e se espera que a mesma seja focada e produtiva.
Por seu lado, não fazer perguntas pode criar a impressão de que você não está realmente interessado no emprego ou não tem o comprometimento, a motivação ou o potencial para ser bem-sucedido.
3. Não fazer perguntas dessincronizadas com o momento
O seu objetivo na primeira entrevista não é conseguir o emprego; é ser chamado para a próxima entrevista no processo.
Dessa forma, as perguntas que você fizer devem ter o sentido de ajudá-lo a entender o cargo e a missão atribuída ao mesmo, os desafios que lhe serão colocados, como é avaliado o sucesso e quais as possíveis dificuldades que enfrentará.
É perfeitamente legítimo perguntar coisas do tipo: “Porque a posição está em aberto”? “Qual é o conceito de sucesso no cargo”? “Como é avaliado o desempenho do profissional”? “Quais as áreas de problema no departamento”? “Quais as áreas de excelência no departamento”? “O que é preciso para ser bem-sucedido na empresa”?
NUNCA FAÇA PERGUNTAS A RESPEITO DE REMUNERAÇÃO E BENEFÍCIOS! ISSO É ASSUNTO PARA A NEGOCIAÇÃO DA CONTRATAÇÃO, QUANDO VOCÊ FOR O CANDIDATO APROVADO.
4. Estar preparado para a entrevista
Falta de preparação é o maior pecado cometido pelos profissionais. A maioria comparece à entrevista sem uma estratégia definida, sem um plano de ação e simplesmente disposto a “responder o que me perguntarem”. Isso é suicídio profissional!!!
É necessário pesquisar, pesquisar e pesquisar ainda mais!
Utilize os recursos da Internet para saber tudo o que puder conhecer a respeito da empresa, perfil da organização, controle acionário, linha de produtos, concorrentes, eventuais problemas com os quais se esteja defrontando, localização, número de filiais, notícias de jornais e revistas.
Procure saber quem irá entrevista-lo e analise o seu perfil no Linkedin. Independentemente de ter o seu perfil, faça pesquisa em site de busca colocando o nome da pessoa e lendo o que se publicou sobre ela.
Indague às pessoas do seu relacionamento se possuem alguma informação sobre a empresa ou se conhecem alguém que nela trabalhe (essa informação está também disponível no Linkedin).
Prepare com antecedência quais as perguntas ou dúvidas que pretende ter resolvidas ao final da entrevista.
Tudo isso irá lhe permitir interagir de forma inteligente na entrevista perante as informações que lhe serão transmitidas. Será também uma demonstração de interesse genuíno pela função, além de impressionar pela iniciativa e pela lógica da sua atitude.
5. Atuar no “grand finale”
Assim como no início da entrevista você teve que vencer os 30 segundos fatais, a finalização é também a oportunidade de realizar um ato marcante.
Caso a entrevista tenha durado cerca de uma hora, isso já é um bom indicativo. Ela terá sido um sucesso caso você tenha conseguido demonstrar que suas habilidades são consistentes com as responsabilidades projetadas para o cargo e que você tem aderência à cultura da empresa.
Quando o entrevistador perguntar se você tem mais alguma pergunta, isso será a dica para encerrar a reunião.
Encerre em grande estilo, com uma frase do tipo: “Eu agradeço pelo tempo que me dedicou e quero dizer que esta entrevista foi uma experiência muito agradável para mim. Há ainda muitas coisas que eu gostaria de saber sobre o cargo e suas expectativas e também sobre a empresa e seu mercado. Mas o que eu ouvi até agora confirma que temos muitas coisas em comum. Acredito que minhas habilidades xxx (mencione duas ou três delas) podem ser muito úteis para sua organização”.
“Qual é o próximo passo”? “Você quer que eu entre em contato ou devo aguardar suas notícias”?