Eu, com a minha estrutura lógica, cartesiana e, até certo ponto matemática, nunca me aproximei do assunto da meditação, por considera-lo uma atitude, irracional, ilógica e sem base.
Dessa forma, fiquei muito surpreso ao saber que cientistas sérios estão se dedicando ao estudo da meditação.
A origem desses estudos é a pesquisa a respeito da felicidade humana.
A ciência se preocupou com a melhoria do bem estar material; mas, não estudou a felicidade.
Quando nós nos comparamos com nossos ancestrais, sem dúvida, constatamos grandes diferenças no bem-estar e no progresso material.
Os Neandertais eram caçadores coletores. Tinham uma vida simples e alimentação rica e variada, acompanhando a abundância dos produtos das estações do ano. Cerca de 50% morriam durante o primeiro ano de vida; muitas mulheres morriam de parto; começavam a se reproduzir a partir da primeira menstruação da mulher, ao redor dos 12 anos; eram velhos aos 30 anos e poucos viviam mais de 35 anos. Essa baixa longevidade não os incomodava, pois era o padrão social existente.
Nós reduzimos a mortalidade infantil; vivemos muito mais e a cada ano, o conceito de velhice é estendido para um prazo maior; temos menos sofrimento nas doenças; comemos em excesso e somos mais gordos; vivemos cercados de bens matérias que nos deleitam e facilitam a vida.
Contudo, não temos resposta para a questão fundamental: NÓS SOMOS MAIS FELIZES DO QUE OS NEANDERTAIS?
Felicidade é ser ou ter?
O que sabemos, com segurança, é que nossos desejos e aspirações estão presos á conquista de bens materiais. Mas, tomando um exemplo corriqueiro, por quanto tempo dura a sua felicidade por haver adquirido o carro dos seus sonhos? Quantos dias, horas, ou meses você vai se sentir flutuando num mar de felicidade porque tem o carro com toda a parafernália de instrumentos de última geração?
Ou será que depois de pouco tempo você acaba por substituir a busca da felicidade pelo desejo de alguma outra conquista, como o novo i-phone dotado do estado da arte da tecnologia digital? E, após, por um cruzeiro marítimo, ou umas férias em Orlando? Ou a conquista do emprego, a carreira, as promoções, o mais dinheiro?
O erro está em associar a felicidade à sensações agradáveis e a infelicidade ás desagradáveis, pois isso torna-se fonte de sofrimento, na busca constante de gratificações efêmeras.
As práticas da meditação budista nos induzem a aceitar com naturalidade as sensações que nos são prazerosas ou desagradáveis, sem a ansiedade de buscar o que é bom e de fugir do que é ruim.
Deixe a vida atravessar por você como as ondas que quebram na praia e rescendem de volta para o mar; sua mente ficará tranquila, o mundo será enxergado com clareza e você se colocará no estado de plena satisfação.
Isso não significa abrir mão dos seus bens materiais! Significa ter a nítida consciência da diferença entre o que você necessita e o que você deseja; e dar um novo sentido à sua vida.
Talvez seja essa a felicidade: conhecer-se a si mesmo!
Saiba um pouco mais sobre o coaching integartivo.
Prezado amigo Ewaldo
É isto mesmo , ter o equilibrio para aceitar ,conviver o momento ruim sem perder o equilibrio e a esperança ,nem que o momento seja negativo, tal comportamento nao significa aceitar passivamento o sofrimento
Realmente, conforme você comenta, é uma conjunção de duas coisas:
– Por um lado, a resiliência, ou seja, a capacidade de resistir aos revezes da vida sem perda de equilíbrio e também
– Não se entregar e não entregar a vida para o destino, imaginando que as coisas se resolverão sozinhas ou por alguma força superior. É acreditar que o importante é se manter ativo e produtivo face aos problemas.