Post Life Transitions Pão Velho Duro Bolacha Velha Mole
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TIO, POR QUE PÃO VELHO FICA DURO E BOLACHA VELHA FICA MOLE?

Ouvi essa pergunta há uns 50 anos e, usando toda a minha autoridade de adulto, resmunguei: “Que é isso! Não vê que estou ocupado? Vai brincar com suas coisas!”

Aproveitei depois para pesquisar o assunto no Tesouro da Juventude (lembram dessa coleção?) e encontrei uma explicação vaga que falava a respeito da higroscopia do fosfato. Preferi deixar o assunto morrer.

Mais recentemente, recorri ao meu assistente pessoal, o Google, e encontrei uma explicação mais simples.

Mas, essa pergunta me marcou muito, tanto é que lembro dela até hoje.

Porque nós, adultos, perdemos a inocência e a curiosidade da criança e nos esquecemos da mais importante pergunta de todas: Por quê?

Por exemplo: Por que presenteamos ovos de chocolate na Páscoa?

Quanto ao ovo, tudo bem: algumas pessoas ainda lembram que ele é o símbolo da nova vida, ou do renascer.

Mas, por que de chocolate? Mais usualmente me justificam dizendo que é tradição ou que é para atender à expectativa das crianças.

Uma tradição recente, pois até 1917 o Imperador da Rússia preferia contratar o joalheiro Fabergé para produzir ovos, que eram peças majestosas de ourivesaria.

E, até hoje, na Europa Central, ovos de verdade são cozidos em água com anilinas, para serem presenteados entre os adultos, com a casca colorida.

A Tradição

Quando eu era criança, as donas de casa colocavam nos armários e guarda-roupas umas bolinhas brancas, que tinham o odor de querosene, para evitar que traças atacassem as roupas.

Eram chamadas de naftalina.

Tradição cheira naftalina

Significando que tradição é coisa de gente velha, embolorada. Em resumo: tradição é algo para ser quebrado.

Curiosidade da Inocência

Numa postagem recente escrevi que a pessoa, para se manter viva no mercado de trabalho, precisa se reinventar a cada 3 anos. 

Entretanto, somente se reinventa quem consegue retornar à curiosidade da inocência e rompe com seus paradigmas.

A reinvenção requer a negação de suas verdades aceitas e a contestação permanente de seus dogmas.

Tudo partindo da mais elementar das questões: POR QUÊ?

Essa pergunta é fundamental para combater a retropia, que é um neologismo derivado da palavra utopia.

Utopia é a ideia de civilização ideal, fantástica, imaginária; é uma fantasia, um devaneio, uma ilusão, um sonho.

Retropia, por seu lado, é o fenômeno que estamos hoje assistindo no Brasil, mediante o qual, pessoas mais idosas, falam nostalgicamente de um passado maravilhoso que nunca existiu (Como tudo era melhor antigamente!).

Assim, essa convicção age como uma âncora imobilizadora.

Ela me lembra o julgamento de Galileu Galilei pela Santa Inquisição, quando Galileu solicita ao Cardeal que olhe pelo telescópio para constatar que a Terra não é o centro do universo.

Ele se nega a fazê-lo, alegando que as verdades eternas já lhe foram transmitidas pela Bíblia e que não irá o telescópio fazê-lo mudar de opinião.

Combater a retropia é a missão mais importante a ser assumida por quem tem mais de 50 anos!

Reinventando

Na busca pelo emprego, a pessoa com mais de 50 anos de idade, deve entender que ela não será avaliada pelo seu passado, mas pelo seu futuro!

O passado, qualquer que seja ele, está sendo modificado e ultrapassado pela tecnologia.

Contudo, essas alterações mudam o como fazer algo.

A pessoa será avaliada pelo que se pode esperar dela, como contribuição para a organização, durante os próximos três a cinco anos.

O selecionador quer saber se essa pessoa será capaz de evoluir na velocidade da evolução da empresa, trabalhando com equipe constituída por jovens dinâmicos e rápidos.

Isso irá depender das habilidades trazidas pela experiência vivida, as quais são:

CRIATIVIDADE / PERSUASÃO / COLABORAÇÃO / ADAPTABILIDADE / GERENCIAMENTO DO TEMPO

Retornando ao tema inicial: POR QUE PÃO VELHO FICA DURO E BOLACHA VELHA FICA MOLE?

Ewaldo Endler

Sócio da Next Steps e da Lifetransitions. Começou como executive search em 1972 e desde então tem desenvolvido uma larga experiência em várias organizações globais. É Coach em transições profissionais: A Conquista do Emprego, Planejamento de Carreira, A Recolocação Profissional, Preparação para Aposentadoria, Onboarding Executivo, Assessor na elaboração do currículo e em networking.