Post Life Transitions A Decisão Não é Racional
Post Life Transitions A Decisão Não é Racional

SUAS DECISÕES NÃO SÃO RACIONAIS

Desde a hora que acordamos até o momento de dormir, centenas de decisões são tomadas.

Boa parte são decisões automáticas (colocar um pé na frente do outro para caminhar em uma direção, por exemplo) e a própria neurociência associa com respostas emocionais.

Mas e aquelas decisões tomadas no trabalho, ou na compra de um bem de maior valor? Ou em algum momento de transição na vida?

O que o Nobel diz

Durante muito tempo acreditou-se que tais decisões eram baseadas em fatores racionais. Você faz pesquisa de preços, analisa números etc antes de tomar uma decisão importante.

Por exemplo, na teoria econômica tradicional, os economistas descartavam qualquer fator que não influenciasse o pensamento racional de uma pessoa. Ela pressupões que as pessoas são racionais e tomam as decisões baseados nas informações disponíveis e da forma mais lógica.

Mas estavam errados. Diversos fatores influenciam. E não sou eu quem está dizendo, e sim Richard Thaler, economista norte-americano que recebeu o prêmio Nobel de Economia de 2017. 

Ele uniu as teorias econômicas à psicologia e tem como uma de suas premissas básicas a de que os seres humanos não são sempre racionais e que suas escolhas são baseadas em diversas questões subjetivas e culturais, nem sempre baseadas na racionalidade.

Estudos em Neurociência

E mais, o neurocientista português António Damasio estudou pessoas que tinham danos na parte do cérebro responsável pelas emoções e fez uma descoberta incrível.

Tais pessoas não podiam tomar suas próprias decisões! Nem as mais simples como escolher o que comer.

Levavam uma vida aparentemente normal, mas sem emoções e conseguiam descrever o que eles deveriam fazer em termos lógicos, mas tinham uma grande dificuldade de tomar decisões.

Na nossa vida

Isso explica porque a pessoa vai ao supermercado e compra 5 pacotes de uma sopa (que nem gosta muito) para ganhar uma xícara (que ela nunca usará).

Ou quando entra em uma loja com promoção de 50% de desconto, e cujo preço original você não tem ideia de qual era (geralmente o dobro da oferta).

Na realidade tomamos decisões influenciados por nossas diversas dimensões (razão, emoção, sensação e intuição) e depois tentamos justificá-las de forma racional. Seja para nos livrarmos de culpas, seja devido nossos padrões mentais ou outro fator interno ou externo.

Segundo minha mentora e amiga Rebeca Toyama, especialista em desenvolvimento humano e liderança,  “praticamente todas as decisões que tomamos são econômicas, por envolverem alocação de recursos finitos (dinheiro, tempo, esforço pessoal ou recursos naturais). Tomar decisões e executá-las costuma ser um desafio diário, pois é um ato realizado no presente com consequências futuras. Nossa tendência é escolhermos o que nos parece confortável no momento atual, já que o futuro é algo desconhecido e distante.

Nossos Modelos

E junto com tudo isso ainda temos nossos modelos mentais.

Ou seja, minha forma racional de ver o mundo pode ser completamente diferente da sua forma racional de ver o mundo.

Minha verdade e realidade é diferente da sua.

Me diverti muito, nestas eleições recentes (2018), vendo uma pessoa tentando convencer a outra do porquê seu candidato era melhor! Usa de argumentos lógicos (que o outro nem sempre concorda ou vê de outra forma) e tenta mostrar que é a escolha racional.

E no final ainda coloca em dúvida a inteligência alheia (e vi isso de pessoas com visões opostas na política).

Adivinhem … Ninguém mudou de opinião, mas acabaram chateados um com o outro.

O que fazer?

Além de aprendermos a ouvir mais ao outro, parar de julgar antecipadamente e respeitar e acreditar que as pessoas são diferentes, você precisa se conhecer.

Como podemos tomar as melhores decisões se não conseguirmos um equilíbrio interno de nossa várias partes e dimensões?

Como mudar nossos resultados futuros se tomamos decisões baseadas no mesmo modelo sempre?

Precisamos nos conhecer para saber qual caminho seguir, como ver as coisas fora de nossa zona de conforto e mudar.

Conhecendo a nós mesmos podemos evitar várias armadilhas e sabotagens que fazemos conosco nas tomadas de decisão.

Ou sempre iremos ter sempre aquela sensação de andar e não sair do lugar …

Danilo Endler

Formado em Coaching Integrativo pela ACI – Academia de Coaching Integrativo, certificado pela ALUBRAT – Associação Luso-Brasileira de Transpessoal e filiado à ABRH-SP (Associação Brasileira de Recursos Humanos), vem atuando na área de desenvolvimento humano desde então. É sócio da Edeaas Comunicação.