Life Transitions Workbook Busca do Emprego
Life Transitions Workbook Busca do Emprego

OS 7 HÁBITOS PARA A BUSCA EFICAZ DO EMPREGO

Recentemente recebi uma chamada de uma mulher comentando como seu marido entrou em depressão após quase um ano de ter perdido o emprego na área financeira, em decorrência da crise econômica que vivemos.

Ela descrevia uma situação dramática pois o homem estava irreconhecível, isolado, rechaçando até mesmo qualquer gesto de carinho e afeto que ela demonstrasse.

Um simples beijinho na bochecha era suficiente para desencadear uma reação violenta de copo arremessado contra a parede e palavras duras de rejeição.

Ele sempre tinha sido o pilar da estabilidade emocional e financeira da família, trabalhando com afinco e suportando as pressões do seu cargo para dar a todos uma vida digna e farta.

Ficar desempregado aos quarenta e tantos anos tinha sido um golpe muito duro e ele não estava conseguindo lidar com a situação.

Seu apelo era para que eu ajudasse o seu marido a se reempregar.

Esta é uma situação sem alternativa. Perder o emprego é um golpe rude.

Tanto faz se decorre de problemas de desempenho ou se não tiver nada a ver com isso. É muito difícil.

Entretanto, é necessária manter a perspectiva correta.

O sucesso na vida não é medido pelas oportunidades usufruídas, mas pela forma que reagimos quando a vida nos impõe uma derrota ou um grande desafio.

A história deste homem é comum e está ocorrendo aos milhões.

O problema com o qual as pessoas nessa situação se defrontam não é tão somente o da perda do emprego, mas das emoções que isso provoca.

Há o sentimento de humilhação, a preocupação do que vão pensar e dizer os familiares e amigos, como encarar os filhos e a esposa, a sensação de fracasso e de vulnerabilidade, a ansiedade, os ressentimentos e a autocomiseração.

Perder um emprego não é somente um baque no seu orçamento, mas também um golpe duro no seu ego e na autoestima.

Nestes últimos dois anos milhões de pessoas se viram desempregadas, na maior parte dos casos sem nenhuma falha profissional.

Até o final deste ano, outros milhões estarão perdendo seus empregos.

Entretanto, é necessário conhecer a real situação do emprego no Brasil.

No total, existem cerca de 120 a 122 milhões de pessoas com emprego formal no país.

Chegamos ao número impressionante de possuir 12 milhões e meio de desempregados.

Contudo, nos 12 meses entre julho/2015 e agosto/2016 foram admitidas 15.254.388 pessoas em empregos formais.

Então, porque o desemprego não diminui?

Porque no mesmo período 16.910.532 desligaram-se ou foram demitidos (note que nem todos os desligamentos decorrerem de demissões: pessoas se aposentam, morrem, têm acidentes, ficam doentes, brigam com o chefe etc).

Esses dados nos dão um foco muito específico: Ocorreram mais de 15 milhões de contratações e é nessa fatia do mercado de trabalho que estão as oportunidades para o desempregado e nela ele deve concentrar toda a sua energia e esforços.

Qualquer que seja a razão por estar desempregado, seja por falha de desempenho, por injustiça da chefia e protecionismo aos empregados bajuladores e prediletos, ou por decorrência de governos perdulários que colocaram o país na beira da falência, ou pela concorrência dos produtos chineses etc, o que pode diferenciar o profissional dentro da grande massa é a forma pela qual ele reage à missão de encontrar um emprego ou trabalho e renda.

A atitude perante o problema vai determinar o quanto o profissional terá “sorte” num mercado desfavorável.

E um dia a crise acabará; e nesse dia será possível compreender o quanto a crise o fez crescer, pela oportunidade de reavaliar sua vida, de priorizar melhor seus valores, de perceber como é possível viver bem sem aquelas coisas que considerava indispensáveis, como foi bom ter se aproximado mais da família e aumentar a convivência com eles, como foi bom que seus filhos aprenderam que o dinheiro tem limites e que eles não podem exigir tudo o que querem, e que todos devem aprender a diferença entre o que necessitam e aquilo que desejam.

Todos somos iguais por natureza; o que nos diferencia são os nossos hábitos.

Vamos falar dos sete hábitos que podem separar o profissional da grande manada e fazê-lo destacar-se na competição, talvez até conseguindo um emprego melhor do que aquele que perdeu.

1. Concentre-se no futuro.

Encare a situação com clareza.

Daqui para trás, você somente encontrará problemas; daqui para frente você encontrará soluções.

Não desperdice energia analisando o passado procurando saber o que poderia ou deveria ter feito, mas que não fez.

Esse exercício é tão útil quanto uma autópsia: pode dizer porque o cadáver morreu, mas nunca irá ressuscitá-lo!

Entretanto, essa “autópsia” somente vai desperdiçar sua energia perpetuando emoções negativas que alimentam sua raiva, autocomiseração e senso de impotência.

Respire fundo e se energize.

Adotar postura desafiadora (ombros eretos, queixo elevado, braços afastados do corpo, punhos de pugilista) em dois minutos desencadeia a produção instantânea de testosterona (hormônio da dominância) e a supressão do cortisol (hormônio do estresse), tanto em homens como em mulheres, tornando a pessoa mais otimista e positiva

2. Você, não o seu emprego, define quem você é.

O que você é não é o que você faz; nunca foi e nunca será.

A forma pela qual você interpreta uma adversidade, qualquer que seja ela, irá dar a medida do sucesso ou fracasso em vencê-la.

Quem interpreta a perda do emprego como prova de ser inadequado ou fracassado tem menos chances de superar o problema do que aqueles que vêm nisso uma oportunidade de crescer, de reavaliar suas prioridades e de aumentar sua resiliência.

Na realidade, estar desempregado é a oportunidade de buscar a felicidade profissional.

Todos têm restrições à sua vida profissional; todos sentem que não encontram a oportunidade de realizar plenamente seu potencial humano no trabalho e adiam para um futuro indefinido o momento em que poderão fazer exatamente o que desejam e gostam de fazer.

Mas, essa decisão de buscar a felicidade é adiada porque tem o custo do salário que está mensalmente recebendo e que faz parte do orçamento pessoal e familiar.

No momento do desemprego, o custo da decisão é zero: não há nada a perder se quiser procurar o emprego dos seus sonhos pois não há salário a renunciar.

Utilize bem essa oportunidade.

Você define quem você é, não o seu emprego ou a decisão da empresa de empregá-lo ou de demiti-lo.

Não tome isso como uma rejeição pessoal.

Quem não o contrata não o faz porque o repudia; é porque não necessita dos seus serviços!

Pode ser que você está desempregado por decorrência de forças econômicas que estão além do seu controle.

Contudo, a verdade é que o seu potencial empregador se sentirá mais atraído por pessoas que têm a capacidade de manter o otimismo mesmo diante de um grande revés.

3. Cuide-se!

Ao perder o emprego torna-se fácil dissipar a vida em hábitos perniciosos: ficar sentado no sofá, com um saquinho de batata frita no colo, a cerveja numa das mãos, o controle remoto na outra e uma montanha de pena de si mesmo.

Muitos fazem exatamente isso! Outros perdem o controle sobre a situação e se tornam dependentes químicos, consumindo bebidas e cigarros descontroladamente.

Mas, a resiliência emocional requer que haja também resiliência física.

Dessa forma, cuide-se!

Você precisa sentir-se fisicamente forte e hígido!

Não há a desculpa de que não há tempo para exercer atividades físicas (não invente essa de que não tem parceiro para jogar tênis; pratique corrida, inscreva-se numa academia, faça jardinagem, conserte coisas, leve o cachorro passear ou faça aquilo que lhe eleve a moral).

Entretanto, tenha a disciplina de fazer isso durante uma hora por dia, utilizando o restante do tempo para o trabalho real, que é conseguir emprego.

Prepare-se diariamente para trabalhar.

Nada de pijama até o meio-dia; cuide da sua aparência (se for homem, barbeie-se; se for mulher, cuide da maquiagem e do penteado); vista-se para trabalhar como se fosse um casual day.

4. Rodear-se de pessoas positivas

Procure cercar-se de pessoas que elevem seu espírito e evite os pessimistas.

As emoções das pessoas ao seu redor impactam diretamente na forma que você encara a sua situação e o seu entusiasmo, pois emoções são contagiosas.

Você não precisa de simpatia e condolências.

Há pessoas que parecem vampiros: cada vez que as encontramos saímos da conversa sentindo que exaurimos todas as nossas energias e que ficamos deprimidos e melancólicos.

Outras nos fazem sorrir e nos elevam, energizando o espírito.

Não procure entender o porquê dessas reações; somente evite e se afaste de quem não lhe faz bem.

Faça um pacto com sua família, principalmente cônjuge e filhos.

Faça-os entender que você está confiante de que essa tempestade vai passar, pois nada é eterno na vida, e que vocês vão sair dela fortalecidos e
mais próximos e unidos, pois tudo o que está acontecendo decorre de circunstâncias que estão além do seu controle.

Todos são chamados a se empenhar para transitar por esse período difícil da maneira mais suave e eficaz possível.

Convoque todos para dar sua contribuição para o equilíbrio financeiro do grupo (Lembra-se? Qual a diferença entre o que a pessoa necessita e aquilo que ela deseja?).

Tenha em mente que não são as grandes despesas que provocam o desequilíbrio financeiro familiar; são os pequenos gastos sem controle.

5. Cultive o seu círculo de relacionamentos

A grande maioria dos empregos nunca é divulgada e os cargos são preenchidos via o boca-a-boca, apresentações etc.

Daí a importância do seu círculo de relacionamentos.

Renove o contato com essas pessoas e as envolva no seu esforço de conseguir um emprego ou trabalho e renda, pois elas poderão colocá-lo na frente do futuro empregador.

Use a sua rede de relacionamentos para expandir o número de pessoas com as quais compartilhe oportunidades e experiências.

6. Você não está desempregado; seu emprego é procurar emprego.

Não pense em tomar férias ou de dedicar-se a um período sabático.

Comece imediatamente a procurar o emprego dos seus sonhos.

Você deverá dedicar no mínimo 8 horas por dia à tarefa de buscar uma oportunidade.

Para isso, é necessário estruturar o seu dia de trabalho e estabelecer metas a serem perseguidas.

Crie uma rotina de trabalho e defina o plano semanal de atividades.

É surpreendente o quão pouco se consegue fazer quando não há metas a cumprir!

Comece o dia bem cedo, antes das 8hs.

Esse é o período ideal para tentar contatar os mais importantes dirigentes das empresas, pois muitos já estão trabalhando nessa hora.

Suas secretárias entram às 09h00 e elas adotam como missão evitar que o chefe seja importunado por “chatos”.

Conclusão: depois das 9 elas vão filtrar sua ligação e encaminhá-la para o departamento de recrutamento e seleção.

Caso consiga falar com o “chefão”, o seu elevator pitch será fundamental (leia mais em A IMPORTÂNCIA DO ELEVATOR PITCH)

7. Pratique a bondade

Atos de bondade provocam no cérebro as mesmas sensações de bem-estar que os antidepressivos.

Praticar o bem para os outros nos faz sentirmo-nos bem.

Pode ser simplesmente auxiliar um vizinho, ou fazer algo por um parente, ou participando como voluntário na distribuição de sopa para moradores de rua nas noites mais rigorosas do inverno.

Muitas das então chamadas ONGs são constituídas por pessoas abnegadas, que se doam, mas que possuem baixa qualificação como administradores.

Seu trabalho pode ser útil ajudando-as a estruturar e planejar melhor suas organizações.

Pode ser também uma forma de ampliar sua rede de relacionamentos, além de demonstrar ao futuro empregador que você é uma pessoa ativa e interessada.

Mas, o maior bem será para seu próprio espírito e para elevar o seu ego.

Ewaldo Endler

Sócio da Next Steps e da Lifetransitions. Começou como executive search em 1972 e desde então tem desenvolvido uma larga experiência em várias organizações globais. É Coach em transições profissionais: A Conquista do Emprego, Planejamento de Carreira, A Recolocação Profissional, Preparação para Aposentadoria, Onboarding Executivo, Assessor na elaboração do currículo e em networking.